Famille Gachet


Histoire

Famille bourgeoise de Gruyères, de Mézières (FR), de Chancy, de Genève, de Thônex, de Bettens, de Bioley-Orjulaz, de Boussens et de Grandcour.

GACHET: famille bourgeoise de Bioley-Orjulaz descendante de Jacques Gachet cité en 1405. A fourni sous le régime bernois des notaires et des fonctionnaires; sous le régime vaudois, les syndics de la communes de 1851 à 1925, des juges ainsi que quatre députés au Grand Conseil.

Jules Gachet (1859-1914), peintre, élève de Bocion, professeur aux Ecoles secondaires de Nyon, restaurateur de tableaux au Musée des Beaux Arts de Lausanne.

Un arbre généalogique fut effectivement établi par M. Arnold Gachet en 1922 et se trouve aux ACV.

Un François Gachet, de Gruyères est cité à Septfontaines (Doubs) en 1684 (voir travaux du M. Jean Duffet).

Jean Laurent Gaschet,de Griviere (Gruyères), canton de Fribourg, entre à l'Hôtel des Invalides à Paris le 19 mars 1716.

En 1819, Jacques Gachet (55 ans), accompagné de sa famille, embarquent pour la colonie suisse de Nova Friburgo, au Brésil ("La Genèse de Nova Friburgo" par M. Nicoulin). Il devait décéder durant la traversée à bord de l'Urania le 26 novembre 1819. Plusieurs autres familles Gachet partirent pour cette destination du Nouveau-Monde.

Personnages:

- Pierre-Joseph Gachet (1795-1852), né à Gruyères. Curé de Grangettes puis chapelain à Avry-devant-Pont (1847-1852).

- Nicolas, Sébastien Gachet (1770-, de Gruyères.

Généalogie existante

"Gachet, de Gruyères (1657-1875)", fragments généalogiques in: Archives de la SSGF.

Etymologie

Gachet vient de l'ancien français gache (gaspia, pièce de fer où s'engage le pène d'une serrure pour fermer). Surnom d'un serrurier. Pourrait aussi venir du vieux français gaschié "marécage, terrain humide". Ancienne graphie: Gaschet (1716).

Lieux-dits: Les Gachettes (Vully-le-Haut), Le Gâchet (Céligny), Le Gachet (Founex) et Champ-Gachet (Froideville).

Armoiries

" Ecartelé: aux 1 et 4, de gueules au chevron d'or accompagné de deux étoiles d'argent en chef et d'une feuille de trèfle du même en pointe; aux 2 et 3, d'azur à une étoile à six rais d'argent soutenue de trois monts de sinople"

Familles Gachet

armoiries inconnues





O destino de Sebastien-Nicolas Gachet
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Henrique Bon
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        O suiço de Gruyères Sebastien-Nicolas Gachet, embora quase desconhecido pela historiografia brasileira, destaca-se por haver sido um dos principais responsáveis pelo primeiro movimento migratório  em carater organizado, de europeus não-portugueses para o Brasil. Tal episódio, ocorrido em 1819, iria inaugurar uma tendencia que se firmaria nos anos subsequentes com a vinda de alemães, espanhóis e italianos, cujo maior fluxo se daria já na segunda metade do século XIX. Misto de diplomata e representante de uma sociedade capitalista, que esperava auferir significativo lucro aproveitando-se das circunstancias sociais,  economicas e políticas favoráveis a migração nos dois lados do Atlântico, sua tortuosa tragetória o levaria a gozar de um breve, mas expressivo prestigio em seu Cantão e junto a côrte portuguêsa estabelecida no Brasil, para em seguida, fracassado o movimento, experimentar a degradação , o ostracismo e o anonimato em meio a  região sul-fluminense, distante do Eldorado que sonhara nas montanhas centrais da provincia.
      Antes mesmo de sua incursão ao Novo Mundo, contudo, o nome de Gachet representaria    no imaginário de alguns, a  própria personificação da aventura, tendo pelo menos dois de seus biografos lhe atribuido estranhas   peripécias , entre as quais  uma obscura passagem pela Argélia como escravo, capturado que fora de um navio cristão  ao fugir de Nápoles, em cujo reino  teria sido secretário particular do soberano. O historiador Martin Nicoulin, porém, encarrega-se de retirar deste personagem o seu véu romantico, emprestando-lhe uma dimensão mais exata, dela não escapando o  voraz comerciante sob a capa do diplomata. 
       Nascido em Paris aos 27 de outubro de 1770, filho de Joseph-Emmanuel-Eloy Gachet, de Gruyères e de Marguerite-Marie Zürich , teria ele realmente alguma relação com Murat , ocupando um cargo administrativo no Reino de Nápoles, bem mais modesto no entanto , do que  nos faria crer a sua primeira biografia . Quanto ao suposto  aprisionamento pelos mouros, demonstra insofismavelmente Nicoulin(1)    ser o episódio mais um fruto de fantasia , talvez mesmo deliberada , entre tantas das que povoaram a sua desigual trajetória . 
       Dele se sabe porém, o suficiente , destacando-se-lhe em todas as facetas examinadas, a extrema  habilidade de negociador, ou mesmo negociante,  fosse a mercadoria madeira para o Império francês,  como no caso  de 1803 ou colonos para o Brasil em 1819. 
       Desnecessário aqui no entanto, discorrer sobre seus objetivos iniciais na America Portuguesa, de como teria ele adquirido credenciais diplomáticas em seu cantão natal, ou se estas valeriam como tal, bem como sobre suas negociatas secretas com Jerome Bremond, francês alçado à condição de consul lusitano   através de sua indicação,  ou ainda a responsabilidade direta ou indireta pela morte de mais de 500 concidadãos.  Tais episódios, hoje por demais estudados,  não deixam dúvidas quanto ao caráter pouco escrupuloso do indivíduo sobre o qual indagaria o lucernês Joseph Hecht:   "quem poderia suspeitar que no interior deste homem, que a natureza guarnecera com uma grande corcunda, estivesse escondida tanta velhacaria ? (2)" 
      Enfim, as negociações de Gachet,  a partir de sua primeira estada no Brasil    em 1817, as quais resultariam na fundação de Nova Friburgo, não oferecem  hoje qualquer segredo significativo. Sua vida, de fato, se tornará obscura quando, aos 49 anos, desembarca o mesmo do Camillus no Rio de Janeiro, em 8 de fevereiro de 1820, juntamente com os últimos colonos .  Avarias causadas por um encalhe ainda na Mancha  obrigara seu navio a uma permanencia forçada na Inglaterra, inoportuno acaso para o principal organizador  do movimento migratório, uma vez que as más notícias o precederiam e com elas a reação negativa das autoridades lusitanas a sua pessoa.  Dele se questionaria a partir de então as cobranças indevidas  efetuadas contra os colonos, a arrastada permanencia na Holanda,  a superlotação nos barcos,  o desmedido número de mortos  , a quantidade   dos inscritos (3) (4) . 
     Os depoimentos incriminadores de Porcelet , recebido pelo rei D. João VI logo após a chegada do Daphne em 4 de novembro de 1819, bem como o número de mortos no Urania, sem dúvida o mais fatídico dos navios, provocam tal indignação junto às autoridades brasileiras que Gachet, chegando ao Brasil três meses após, encontra um ambiente extremamente desfavorável a sua pessoa e seus intentos. Tentando ser recebido seguidamente por Miranda, Inspetor da Colonização Estrangeira e pelo monarca, deles não obtém   mais que uma peremptória recusa. Decididamente nada saíra como o ambicioso diplomata planejara e no lugar de honrarias e riquezas seria ele condenado ao ostracismo. Na tentativa de defender-se, Gachet acusa seguidamente Bremond e Porcelet , o primeiro , principal acionista da empresa que financiava Gachet, mantida até há pouco em segredo e o segundo  um doublé de médico e agente policial também secretamente ligado a Bremond. Sua condição, porém não se reverte. Em desgraça no Brasil, tem ele as credenciais diplomáticas cassadas pelo cantão de origem e o projeto de se estabelecer em Nova Friburgo como um grande senhor desvanece-se completamente.
     Gachet conserva ainda algumas terras nos limites da colônia, sob a guarda de um empregado seu de nome Claude Clerc. Este último seria exatamente aquele destinado a dar o golpe de graça no inescrupuloso gruyeriano, solicitando em 27 de abril de 1820, no âmbito jurídico, o embargo dos pertences do patrão, conforme abaixo:
 Diz Claudio Sueller [sic], suiço, e um dos primeiros colonos que veio na companhia de Mr. Gachet que ele , suplicante, fez ver ao Exmo. Snr. Inspetor desta Colônia, por um requerimento e documento a ele junto, que o dito Gachet lhe é devedor da quantia de 100$000 rs de empréstimo e , além disso, lhe deve ordenados de dois anos e meio que esteve servindo na sua Fazenda dos Inhamesl, cujo requerimento foi remetido com as reclamações dos mais colonos para o Rio de Janeiro; e como o dito Gachet está em circunstâncias talvez de fuga, em razão das más contas que tem dado de sua Comissão, e como ele deva a outras pessoas, teme o suplicante que antes de haver decisão do seu requerimento, estas requeiram a V. M.ce embargo da dita Fazenda e criação que nela se acha e como o suplicante deva { ..ilegível..] pretende por isso ..[ ilegível..] a dita dívida e que V. M.ce lhe mande fazer Embargo na Fazenda dita para pagamento quando houver decisão do requerimento referido, e como para isto o dito fim depende de despacho// (5). 
      Em Nova Friburgo, contra ele pesavam ainda outras acusações, entrando mesmo 34 imigrantes , em inicio de 1820, com uma representação junto as autoridades brasileiras, exigindo-lhe um total de 9.012,10 francos franceses, que lhes houvera sido subtraídos de diversas formas, desde cobranças indevidas referentes a despesas já previstas como da coroa, a empréstimos e mesmo depósitos que alguns haviam feito, de suas economias, nas mãos do organizador do movimento. O requerimento do embargo supracitado permite-nos também observar que teria Claude Clerc chegado ao Brasil em uma das viagens anteriores de Gachet, que habilmente, antes mesmo da instalação da colônia, adquirira o dito sítio dos Inhames. Quanto a esta afirmativa, não deixa dúvida o depoimento do juiz almotacé Ignácio de Assis Saraiva e Fonseca, que em 4 de maio de 1820, declara:
" que tinha perfeito conhecimento do mesmo [Claude Clerc] e que sabia pelo ver, que ele servia ao embargado   Gachet há mais de um ano e que sabia, por ser constante, que o dito Gachet não estava muito bem visto pelas más contas que se dizia ter dado de sua comissão."
     O embargo atingia ainda a casa mantida por Gachet na própria vila de Nova Friburgo onde em meio a móveis, utensílios domésticos, inúmeros vestidos e roupas sofisticadas, figuravam dez volumes da História Filosófica, um volume dos Costumes Israelitas, Fragmentos escolhidos de Eloqüência, um Dicionário dos Alimentos, Pensamentos sobre as Verdades da Religião e o quinto tomo da História do Povo de Deus  , entre outros textos considerados de valor para um homem público de então ou mesmo um viajante. Quanto aos pertences, a não ser a já citada abundância de roupas, algumas inegavelmente finas, e móveis, inimagináveis na maioria das residências dos colonos, poucos objetos fariam supor a condição social de proprietário, circunstância que se modificaria tivesse este provavelmente tempo para se estabelecer com pretendera.
      O destino imediato de Gachet parece, como insinua o processo de embargo, desconhecido. Recolhido no primeiro momento em uma estratégica saída de cena, logo após vamos encontrar o "cidadão de Gruyères" ocupando algumas terras no atual município de Valença, mais exatamente "uma légoa de terras em quadra no sertão dos Indios da Freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença, no Ribeirão de São Fernando ", onde finalmente, em 1826, regulariza ele a situação fundiária através de Carta de Sesmaria concedida pelo Imperador Pedro I. Lá, seria ele vizinho de Siméon Steullet, suiço do Jura  e um dos remanescentes da migração de 1819 (6).
 Talvez a memória de seu cantão de origem não se tenha aplacado quanto as peripécias mal explicadas  deste inusitado diplomata, de forma que não retorna o mesmo à Suíça, permanecendo no Brasil até a morte. Gachet, nos vinte anos subseqüentes vinculará mais e mais sua atividade agrícola à região sul da província do Rio de Janeiro, adquirindo terras também na Ilha Grande . De fato , entre 1833 e 1836 pelo menos cinco vezes terá ele se deslocado da Ilha Grande  ou de Angra dos Reis para o Rio de Janeiro, atribuindo a sí no Registro  de Entrada de Estrangeiros,  a nacionalidade francesa, possível tentativa de ocultar-se como co-responsável pelas tropelias cometidas durante a migração.
      No que lhe restou de existência, o idealizador da colônia suíça de Nova Friburgo, a despeito de algum prestígio regional, terá vivido em condições algo obscuras, falecendo muito antes da esposa, a francesa Marie Therese Chamberlland(7). Esta,  moradora à Praia do Sacco , no Rio de Janeiro, desapareceria em  18 de novembro de 1870,   deixando um inventário, que longe de expressar uma avultada fortuna remete  a um montante de pouco mais de 13 contos de réis a serem divididos entre as filhas Marie Josephine Gachet e Marie Therese Guimarães, esta última   provavelmente esposa do testamenteiro Joaquim José Rodrigues Guimarães.
Quanto a Gachet, a história não nos reservou registros documentais sobre a data de sua morte e tampouco se lhe conhece o destino dos ossos.


 (1)Nicoulin, Martin La Genèse de Nova Friburgo Ed. Universitaires - Fribourg 
 (2)Joseph Hech, colono de Willisau, deixou em alemão, um interessante relato sobre a viagem ao Brasil, cujo original encontra hoje nos Arquivos Cantonais de Lucerna. 
 (3)Nos sete navios destinados ao transporte de passageiros, nada menos que 311 colonos pereceriam à bordo, sem contar pelo menos dois recém-natos, desaparecidos  sem registro durante o percurso. Somam-se a estes os 43 indivíduos falecidos antes do embarque.  As mortes não cessariam, contudo, senão vários meses após a instalação em Morro Queimado. 
 (4)O número total de colonos envolvidos na migração varia conforme as fontes. Os arquivos existentes em Nova Friburgo e Arquivo Nacional permitem-nos resgatar um expressivo número de clandestinos ou passageiros de última hora não figurantes nas listagens de inscrição, bem como desertores, assinalados como tendo saído da Suíça sem jamais colocar os pés no Brasil. Sem perder , contudo, a objetividade histórica , pode-se estimar o movimento como tendo mobilizado seguramente pouco mais de 2000 indivíduos. 
 (5)Pró-Memória N. Friburgo . A tradução do documento devemos a professôra Maria José Braga. 
 (6)Arquivo Nacional Rio. Códices 318, 414,417. 
 (7)Gachet teve com ela 3 filhos, Marie-Marguerite-Josephine, Marie-Therese e Adolphe-Joseph-Alcídio, nascido em 27-6-1812 em Nápoles. Este não sobreviveria aos pais, conforme declaração de Marie-Therese Chamberland em seu Inventário.



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